Modalidade mostra falta de acessibilidade das famílias e causa angústia em alunos e professores
O ensino remoto na educação básica está sendo um desafio para professores e alunos. Depois de um longo período de adaptação com o uso de tecnologias para facilitar a comunicação entre o professor e a turma, agora os alunos demonstram dificuldades para aprender. Segundo um levantamento do Banco Mundial, o ensino a distância pode resultar em 70% das crianças e adolescentes não sabendo ler ou interpretar textos simples no futuro.
Em Montenegro, as escolas estão funcionando nesta modalidade, dando suporte através de encontros online e grupos. No interior, algumas redes municipais de ensino estão atuando com material impresso, para facilitar o acesso das crianças que não possuem internet. A aluna do 8º ano do Colégio Estadual Dr. Paulo Ribeiro Campos, Tais da Cruz Pereira, 13, sente bastante falta da escola, mas se adaptou no ensino remoto. “Para mim tá sendo fácil porque eles mandam vídeos explicando e respondem todas as dúvidas”, conta. Entretanto, tem saudade da dinâmica presencial. “Sinto falta das atividades em grupo e dos colegas”, relata.
Para a professora de ensino fundamental, Deise da Cruz Altmann, formada em Pedagogia e pós graduada em Psicopedagogia Educacional, as dificuldades de aprendizagem estão atreladas à falta de contato entre professor e aluno. “Essa função de distanciamento, a criança fica isolada em casa, fazendo atividades que muitas vezes para elas não tem sentido. A família, às vezes, não sabe do que está sendo tratado naquela atividade, e já gera brigas dentro de casa”, relata. A falta de afeto também é responsável por acarretar dificuldades no processo de aprendizagem.
“Outra coisa que falta muito pra nós profes, a gente sente muita falta, é da afetividade. A criança aprende com o afeto”.
A psicóloga da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Montenegro, Melissa Lopes de Araújo, pós graduada em Gestão Escolar, Supervisão e Orientação, afirma que a falta de estímulos, promovidos pela escola, afetam diretamente a aprendizagem. “A gente sabe que as crianças e adolescentes precisam da troca, precisam do contato humano, dessa mediação do adulto para que a aprendizagem aconteça”.
Confira a reportagem em áudio:
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